Casinhas coloridas erguidas para famílias que tiveram que dar
lugar a canais e barragens da transposição do rio São Francisco estão vazias e
degradadas em ao menos duas cidades do Nordeste. O projeto da transposição
prevê 800 unidades em 17 vilas produtivas rurais. O governo federal promete
concluir as casas em dezembro deste ano e transferir as famílias até o mês de
maio do ano que vem. Em Mauriti, no interior do Ceará, as casas parecem prontas,
mas também já mostram sinais de infiltração. As unidades do núcleo habitacional
da fazenda do Descanso também não dispõem de energia elétrica.
No Estado vizinho, em Sertânia (PE), no núcleo habitacional
da Fazenda Salão, as casas estão prontas, mas com rachaduras e infiltrações.
Faltam telhas. O acesso aos imóveis é restrito: corrente e cadeado fecham o
portão de entrada. A vila de 20 casas lembra uma cidade fantasma. O mato toma
conta do terreno, e só um vigia permanece por ali. Segundo o Ministério da
Integração Nacional, a execução e fiscalização das obras das vilas são de
responsabilidade do Exército. “Todas as inconformidades já estão sendo sanadas
pela empresa contratada pelo Exército”, disse o ministério, em nota. “As
famílias receberão as casas com todas as inconformidades sanadas”, acrescenta a
pasta.